Certamente já ouviu esta sigla associada a processos de recrutamento ou a processos de desenvolvimento, em empresas. 

O DISC proporciona o acesso a um conhecimento estruturado acerca do comportamento individual e em equipa, sendo muito utilizado em contextos profissionais, com vista à otimização da performance, embora a sua aplicação se estenda à dimensão pessoal e social e, também, à orientação vocacional dos jovens.

O que é o DISC?

O DISC é uma ferramenta que contribui ativamente para o processo de desenvolvimento, assente em 4 fatores: Decisão; Influência; Serenidade e Cumprimento.

Esta linguagem foi descoberta na 1.ª metade do século XX por William Moulton Marston – psicólogo e inventor do polígrafo (detetor de reações não conscientes) – e ancora em conceitos ancestrais e nas quatro funções identificadas por Carl Jung: Sensação; Intuição; Pensamento e Sentimento.

Como funciona o DISC?

Atua com base na comunicação consciente da pessoa consigo mesma e com os outros, alargando essa perceção à área cega – que não controlamos –  que é comunicada inconscientemente e para aquilo que condiciona o nosso comportamento (stress, máscaras…). Com a ativação deste conhecimento sobre si, abre-se todo um potencial para relações bem sucedidas mesmo com aquelas pessoas tão diferentes, pela compreensão dos processos mentais de cada um e, assim, pela eficácia na comunicação com cada perfil.

A quem se destina?

Jovens – Vertente vocacional, profissional e motivacional: Grupos profissionais, áreas de talento, etc.

Adultos – Vertente pessoal e profissional: Competências, liderança, bem-estar, trabalho e teletrabalho, gestão de equipas e de cliente, etc.

Como fazer o diagnóstico comportamental?

O DISC é aplicado a partir de um assessment, proporcionado por um profissional certificado. Após resposta a esse questionário terá acesso ao relatório representativo do estado atual, que será explicitado pelo profissional, dando retorno sobre mecanismos de otimização do comportamento pessoal e para com os outros. Desejando, poderá ser o ponto de partida para processos de desenvolvimento pessoal e profissional, através do Coaching e de Mentoria.

O que fica a conhecer?

O seu comportamento, com base no resultado em cada um dos quatro fatores:

D: Decisão – Como responde a desafios

I: Influência – Como interage e influencia os outros

S: Serenidade – Como responde ao ritmo das coisas e às mudanças

C: Cumprimento – Como responde às regras estabelecidas

Fica a conhecer qual é o seu perfil natural e o adaptado, por via das circunstâncias atuais. 

Fica a conhecer se essa adaptação resulta de uma evolução do seu potencial ou se está em esforço.

Permite compreender muito acerca de si mesmo e dos outros.

O DISC é a chave para compreender o comportamento e para que tratemos os outros tal como eles querem ser tratados!

maio/2022

Quantas vezes o passado nos vem bater à porta, retirar o sono, alvoraçar e retirar o equilíbrio?

Quantas vezes o nosso cérebro repisa situações vividas, já aparentemente arrumadas e pensa apagá-las, desejando voltar a ter oportunidade de as vivenciar de novo, corrigindo, adaptando, fazendo diferente?

E quantas vezes este estado de alma retira energia, afunda, esmorece e até exagera os acontecimentos, retirando-lhes o que têm de bom, apenas focando os pontos de dor?

O que podemos dizer a nós mesmos nestas circunstâncias?

Como podemos desfocar o negativo e olhar para "the big picture’?

A compreensão do momento vivido no passado e das suas circunstâncias é crucial ao processo de saída desse estado.

A racionalização de que de lá para cá se fez um percurso, de que dispomos de mais informação e de conhecimento é fator essencial para olharmos com compreensão e tolerância para a pessoa que éramos na altura. 

A informação já não é a mesma. A aceitação de que não somos seres perfeitos e o reconhecimento de que dispomos de mais experiência e conhecimento do que então, propicia a racionalização e a aceitação.

A interiorização de que o passado traz consigo um manancial de vivências, permite olhar de fora, avaliar e compreender.

O caminho faz-se caminhando. Fazer o caminho passa necessariamente por aprender o que não correu como o desejado. Com essa informação é possível perceber o nosso comportamento e parar, refletir e escolher, numa próxima vez.

Esta é a magia de estarmos vivos: poder, a cada dia, recomeçar: Viver o nosso presente numa postura consciente e plena, focada no momento atual, aceitando e integrando as experiências passadas.

Exige vontade e entrega? Sim. 

Exige, igualmente, um trabalho consciente, atenção e foco.

agosto de 2020

Será que estamos naturalmente condicionados a viver em ritmo acelerado, com agendas lotadas, e sem tempo para nos focarmos? 

Esta paragem forçada veio revelar-se, rapidamente, como uma descoberta de novos horários, rotinas, tarefas e de uma nova forma de estar em família e connosco mesmos.

Inicialmente, apesar de toda a logística que fomos percebendo como necessária, para viver em segurança, verificámos que até conseguíamos conjugar várias frentes e, como alguns dizem, usar vários chapéus. E isto, foi uma descoberta valiosa!

Constatámos que a loucura de atividades que se sucedem e nos emudecem - colocando-nos a viver uma vida como se a roda de um rato se tratasse - foram suspensas.

Houve dias em que o tempo até parecia sobrar e houve dias em que, embora carentes do convívio social, começámos a encontrar vantagens nesta nova forma de estar, por não nos sujeitar a tanta pressão e por nos permitir encontrar tempo de qualidade para nós e para a nossa família, sem desperdícios em transportes, nas filas, nos trajetos, etc.

Mas eis que, ao fim de pouco tempo, o que acontece?

Começa a surgir conteúdo informativo de todos os lados: webinars; workshops, podcasts;, 30 dias grátis da A; 2 meses grátis de B; cursos, conferências, tutoriais, remote cafes, atividade física, meditação guiada …, parte deste conteúdo bastante valioso, mas com hora marcada e data de validade. 

Ávidos de aproveitar tudo, com entusiasmo e com uma gula imensa de nada deixar ficar para trás, começamos a imprimir um novo ritmo frenético ao nosso dia-a-dia e damos connosco a olhar para a agenda e a ver que até temos de abdicar “disto” em prol “daquilo”, com esperança de que o conteúdo fique gravado, para aceder mais tarde…

Por mim falo, a dispersão instala-se, quase sem se dar conta. Começamos a gerir a nossa vida e o nosso calendário, em função da oferta disponível, com grande dificuldade na seleção, porque tudo se avista tão interessante, provocando uma tontura ao final de cada dia, pois a tudo isto, como é natural, soma-se o trabalho, as refeições, as tarefas inadiáveis.

E aqui compreende-se que, apesar de uma nova forma de estar ter chegado, velhos vícios começaram a instalar-se e fomos nós que permitimos e até promovemos!

Então, chegou o momento: O momento de parar. De olhar para dentro.

É a oportunidade de recentrar, de selecionar os interesses, os temas, os oradores, as atividades, os canais, privilegiando o tempo para estar connosco, para interpretarmos a informação, para narrarmos a nós mesmos a nossa visão, para nos focarmos naquilo que realmente precisamos e nos acrescenta valor.

Assim, estaremos verdadeiramente a aproveitar e a contrariar o círculo vicioso, a evitar velhos padrões.

Assim estaremos em condições de repensar a etapa seguinte, de perceber o que aprendemos nesta experiência tão inusitada que vivemos e o que queremos privilegiar neste novo recomeço.

maio de 2020

Nunca a expressão Estratégia teve um peso tão grande na nossa vida e, em particular, na daqueles que têm responsabilidades na gestão de projetos, equipas ou empresas, por não incorporar, na sua análise de tendências, um cenário tão inimaginável como o atual.

Perante a nova realidade que emergiu e, para aqueles que pararam ou abrandaram, a hora de recomeçar está já aí! 

Mas, não é um recomeçar no ponto de paragem, é um recomeço que implica reinvenção, que implica olhar para o plano e ajustá-lo, abrindo os horizontes de possibilidades e com uma atenção redobrada para todas as partes do processo, seja de negócio ou de suporte ao mesmo.

Há desafios que são evidentes e conhecidos, mas e os menos evidentes para este chamado ‘novo normal’, já pensou?

Este recomeço surge como um desafio passível de causar apreensão, associado à necessidade de reajustar ou até definir um novo plano, mas traz consigo a oportunidade de fazer diferente; de incorporar e implementar aqueles ajustamentos há muito adiados, simplesmente porque não havia tempo para parar.

Muitos gestores já têm em marcha estes processos, correspondendo a uma vantagem estratégica, mas muitos ainda não têm e, uma vez mais, recomeçar não é pegar o mesmo ponto em que se ficou.

Estes quase dois meses trouxeram conhecimento sobre novas formas de gerir os negócios, os serviços e as equipas, aliados a uma mudança abrupta e necessária por grande parte dos consumidores, que se adaptaram e aprenderam novas formas de consumo.

Estes quase dois meses trouxeram, também, conhecimento sobre novas formas de gerir o a vida profissional, familiar e pessoal.

Muitas pessoas experienciaram com maior ou menor facilidade o trabalho à distância aliado ao acompanhamento da família e dos filhos; o contacto com a família, colegas e amigos, através de um ecrã; novas formas de aquisição de bens e serviços e novas formas de acesso a conteúdos online de enriquecimento pessoal, como a formação, a prática desportiva, entre tantas outras ofertas.

Será que ao voltar vamos estar iguais? Vamos ser iguais?

Será que os clientes vão querer repetir os mesmos método e padrões, numa altura de gradual ‘desconfinamento’? 

Será que os colaboradores das empresas vão olhar da mesma forma para a rigidez de horários, transportes, stress diário, para realizar uma função que, muitas vezes, pode ser feita a partir de casa?

Os desafios imediatos são prever e antecipar as necessidades do seu negócio, da sua empresa, da sua equipa, em prol da sustentabilidade empresarial (aliada à sustentabilidade ambiental) e apostar na redefinição estratégica, envolvendo os seus colaboradores neste processo de design thinking. 

Estes são desafios que se colocam aos líderes!

Enquanto líder, já fez esse exercício para si, para a sua empresa e com os seus colaboradores?

O momento é agora!

abril de 2020

Março de 2020 ficará para sempre na nossa memória.

Foi e está a ser o mês em que incrédulos nos vamos adaptando, dia após dia, a uma nova realidade, um cenário tão inverosímil, que não tínhamos como antecipar. 

Foi e está a ser o mês em que aquilo que lemos ou vimos em modo de ficção, estamos de facto a experienciar.

Foi e está a ser o mês em que estamos a aprender que cada um de nós, ao fazer a sua parte ou partes – na ‘frente de batalha’; trabalhando remotamente; criando soluções que respondam às necessidades emergentes, adaptando a sua vida; garantindo a continuidade de algum equilíbrio familiar – estamos todos a contribuir para algo maior.

Março de 2020 foi e está a ser um mês de grande aprendizagem individual e coletiva.

Estamos a aprender que o que damos como adquirido, afinal não o é; estamos a aprender que temos uma resiliência e capacidade de adaptação que desconhecíamos ou nos parecia impossível; estamos a aprender novas formas de nos ocuparmos e de nos tornarmos úteis à comunidade; estamos a aprender que sozinhos não somos nada, que vivemos num ecossistema que sobrevive pelo todo.

Então, como olhar para o futuro? Tudo mudou.

Olhar para o futuro passa necessariamente por olhar para o presente, com tudo aquilo que nos trouxe até ao momento atual.

Passa por incorporarmos em nós, como alavanca aos desafios que se avizinham, as capacidades que estamos a revelar e a reconhecer ter neste grande teste.

Quando tivermos medo perante a incerteza, importa cortar os impossíveis. O momento de nos reinventarmos já chegou. É agora! 

Estamos numa fase de grande sucessão de pensamentos, de conjeturas, de opções e de grandes alterações ao modo de estar e de fazer. 

É nos momentos de disrupção que o nosso cérebro é impulsionado a permitir-se ir para além do habitual. É o momento para não descartar ideias, é o momento para apontar o que nos passa pela cabeça, ainda que muito louco ou até aparentemente inviável. É o momento para finalmente dar asas a sonhos contidos, a ideias adiadas, porque nos conhecemos melhor, porque sabemos ser capazes de agir com firmeza perante novos cenários.

A realidade, após este momento, não será igual. 

E se escolhermos aproveitar este momento de mudança, para que março de 2020 fique para sempre na nossa memória? 

março de 2020

A idade não nos define. 

Parece um chavão, mas não é.

Crescemos com a crença de que, a determinada altura, atingiremos um patamar que nos permitirá acalmar e usufruir do investimento feito ao longo dos anos.

Nesse percurso é frequente o esquecimento de nós mesmos, enquanto seres individuais. Por vezes, constatamos um vazio que não se compreende e, consequentemente, uma crescente necessidade de procura de propósito, de sentido, de estímulo, por forma a voltar a assumir as rédeas da vida.

Esta necessidade decorre essencialmente da crescente consciencialização de que a vida pode ser muito mais do que conseguir atingir patamares pré-definidos; de que a vida pode ser mais que a profissão; que a vida engloba a família, os amigos e os novos conhecimentos, sem sujeição à disponibilidade temporal ou mental.  

Então apercebemo-nos que o modelo não serve, não nos completa.

A dimensão pessoal, por vezes descurada, é fundamental ao bem-estar, ao equilíbrio e ao desenvolvimento individual. É fundamental, ainda, para permitir que acrescentemos valor às relações com os outros e aos projetos em que nos envolvemos, sejam pessoais ou profissionais.

E esta consciência, quando desperta, impede que tudo continue igual.

A cada momento podemos redefinir a nossa história. Basta dar tempo e atenção a essa dimensão pessoal que habita em cada um de nós e da qual nos esquecemos tão facilmente, independentemente da fase em que nos encontremos.

É precisamente nessa dimensão pessoal que reside o barómetro da nossa vida. Se nos permitirmos olhar, indicará se a estamos a viver plenamente, de forma autêntica, se estamos em equilíbrio, se estamos atentos às nossas necessidades de desenvolvimento, de partilha, de propósito. Em suma, se estamos a realizar todo o nosso potencial.

E essa revelação pode acontecer a qualquer momento. 

Quando nos permitimos olhar para dentro de nós, descobrimos um mundo. E nesse mundo reside o valor. 

Esse valor existe independentemente da idade e, quando despertamos para ele, é fácil perceber que a idade não nos define.

fevereiro de 2020